----- Original Message -----
From: Moruzzi
To: Rui Fernando
Sent: Friday’s, January 25, 2008 2:30 AM
Subject: CD Player Usher
Bicho,
Em uma análise rápida desta foto por dentro (que também não está lá essas coisas), o que você achou deste “player”?
Moruzzi.
----- Original Message -----
From: Rui Fernado
To: Moruzzi
Sent: Friday’s, January 25, 2008 5:22 PM
Subject: Re: CD Player Usher
Meu,
Ele tem um aspecto audiófilo; limpo, robusto, cara "hi-tech", e provavelmente conta com alta tecnologia embarcada, além de alguns daqueles destaques que audiófilo adora: tipo o trafo potado pra áudio e fonte sem ser do tipo “chaveada”.
Resumindo: aparência impecável própria para figurar ao lado dos mais finos equipamentos de áudio.
Resta saber o preço, e de preferência que seja muito elevado, pois assim teremos a indicação precisa de que o aparelho é destinado ao mercado audiota.
Ainda não consegui fechar na minha cabeça a validade atual desses ledores caríssimos, tipo Krell e outros que tais, principalmente depois que o Isaac me mandou um DVD ProView 858, que lhe custou R$150,00, e eu transformei num “avião” apenas trocando o CI e os capacitores de saída de áudio.
Não sei bem definir qual seja hoje o significado de se pagar mais de dez mil dollys num ledor de cedeis, sendo que um mequetrefe Proview tem tecnologia embarcada muito semelhante, quando não superior a esses equipamentos pretensiosos ditos para audiotas.
Quem sabe seja algo semelhante a possuir uma rica coleção de relógios, tal aquela do Faustão, ou mesmo aqueloutra composta pelos estupendos relógios apreendidos com o traficante JC Abadia.
No entanto, relógio fino é jóia e tem seu valor garantido, enquanto ledor de cedeis fica ultrapassado, quando não quebrado vira lixo, compartilhando do mesmo destino dos relógios com chip, que tornou acessível, em qualquer camelô, a precisão da marcação do tempo e que a produção em massa barateou tanto que não compensa sequer trocar a bateria.
Creio, sinceramente, que nem todos esses ledores baratuchos devam ser iguais uns aos outros e tampouco conheço internamente todas essas marcas “barbantes” que pululam pelos supermercados da vida, mas tenho informação, por exemplo, de que os DVDs da Oppo são ainda mais quentes do que este meu Proview, e que o preço deles não é assim tão superior.
Também te digo que pra mim nada ainda se assemelhou à cirúrgica precisão e controle de um Sony SCD1, mesmo os mais caros Marantz SA1, Wadia e Krell, que já habitaram a minha estante, mas são justamente esses extremos que mais engrossam o questionamento da razão em se pagar tão caro num ledor de cedeis, já que sabemos que as unidades óticas são finitas e não existem reposições disponíveis para troca.
Sempre defendi que a fonte sonora de alta qualidade é imprescindível para quem quer montar um conjunto refinado, e mesmo depois de passar anos tocando nessa tecla, ainda hoje vejo muita gente investindo em amplificação, em caixas acústicas e até nos mais estapafúrdios condicionadores de energia, enquanto se satisfaz com uma fonte sonora do tipo Meu Primeiro Gradiente.
A prática do descarte tecnológico da atualidade, onde todos os aparelhos que são lançados no mercado já estão superados, ainda mais ajuda a questionar a validade de se enfiar a mão no bolso, sujeitos a levar uma picada dos escorpiões que nele habitam, para investir uma fortuna de nosso rico e suado dinheirinho num lançamento ultrapassado.
Pra quê comprar ledores de cedeis, se nossa mente já está lá na frente a pensar em música tocada a partir de computadores.
Qual a tua principal forma de obter música?
1 - Através da compra de cedeis de gravação audiófila.
2 - Através da compra de qualquer cede, cujo conteúdo musical ou o preço lhe agradem.
3 - Através da gravação de cópias feitas em seu computador a partir de cedes emprestados.
4 - Através da gravação de música baixada nanete.
Então vamos pisar no freio, embora eu mesmo não siga muito à risca essa regra nas curvas da estrada de Santos.
Pare! Olhe bem para todos os lados.
Engate de novo a primeira e vamos divagar...
Se única e exclusivamente você se enquadra no primeiro item, então parta logo pros altos finais, de preferência comprando um ledor com capacidade para ler o praticamente extinto meio de gravação em SACD.
Se, no entanto, você mais se enquadra nos segundos e terceiros perfis, além de também dar uma viajadazinha pelo item 1, tal eu faço de vez em quando, aí aconselho medir bem o bolso e, se for o caso, partir pro sacrifício comprando um ledor de cedeis decente, mas sempre tentando fazer um bom negócio, que só é possível quando se evitam as explosões de paixão e se parte para uma profunda pesquisa bem fundamentada.
Se você mistura todos os itens, mas ultimamente vem caindo mesmo é no item quatro, invista num “notebook”, num “codec” valvulado, como fonte dedicada a alimentar seu sistema, mais um ledor de DVD invocado (não necessariamente no preço), que é o complemento ideal pra tocar de tudo.
Não sei se mais ajudei a atrapalhar, mas cada um tem seu próprio perfil e as coisas não são tão fáceis, simples e diretas assim, portanto, o ledor de cedeis que seria ótimo para mim pode não servir para você.
...e a fonte sonora continua sendo primordial para formar um sistema sonoro de boa qualidade.
Baita’bração,